quinta-feira, 8 de setembro de 2016

NILO PEÇANHA, PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE CAMPOS E DO BRASIL.

Recentemente houve a remoção, por parte da prefeitura, da estátua do Presidente Dr. Nilo Peçanha da Avenida Nilo Peçanha, sem quaisquer explicações, quanto aos propósitos e destino. Instalada em 25 de outubro de 1967, por ocasião das comemorações do centenário do estadista, que, em 1967, coincidiu com os 51 anos das obras de melhorias promovidas pelo Dr. Nilo Peçanha em Campos, em 05 de novembro de 1916. Esta estátua é um dos valiosos patrimônios históricos da cidade, compondo por longos 49 anos a paisagem relacionada e se identificada como marco urbanístico por seus moradores e por quem chega à cidade, identificando-os com a mesma, visto o local de sua instalação histórica ser no eixo de uma das principais vias de acesso à cidade de Campos dos Goytacazes, homônima ao grande estadista.

Como se não bastasse esta abrupta remoção, ressalta-se que este não é o primeiro caso ocorrido e desprestígio ao patrimônio histórico na cidade, havendo os precedentes em relação à:

1- Cena escultórica de José do Patrocínio e da Princesa Isabel (retirados do Palácio da Cultura);
2- Busto do Almirante Saldanha da Gama (encontrado recentemente, aleatoriamente, em dependências de uma escola estadual, com equívocos de identificação);
3- Estátua de Tiradentes (mexida e remexida na praça homônima, que carece de manutenção);
4- Pelourinho (atualmente instalado no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, mas que perambulou até então);
5- Índio Goytacá (retirado da Estrada do Contorno e abandonado no Arquivo Público Municipal);
6- Mercado Municipal de Campos (em estado adiantado de depredação);
7- Museu Olavo Cardoso (em ruínas);
8- Lira Apollo (em estado avançado de depredação);
9- Lira Guarany;
10- Canal Campos-Macaé (instalados adereços desconformes historicamente).

Por estas razões, inclusive, encaminhamos ofícios, em conjunto com o Instituto Histórico e Geográfico de Campos, contestando o ato de remoção da estátua do Dr. Nilo Peçanha da avenida homônima e, solicitando providências para a sua reinstalação, com melhorias de elementos, inclusive o seu reposicionamento, de frente para quem chega à cidade, no principal eixo viário, que é a própria Avenida Nilo Peçanha. Desta forma, estamos defendendo melhores condições para que seja comemorado o centenário das obras de melhorias de Campos, entregues em 05 de novembro de 1916, pelo Dr. Nilo Peçanha, respeitando-se sobretudo os registros históricos desta terra e de seu povo, estendendo as ações de valorização, ao busto do Dr. Nilo Peçanha, instalado na Praça Nilo Peçanha (Jardim São Benedito). Seguem os ofícios encaminhados, inclusive ao gabinete da prefeita:











Dia 14 de setembro de 2016, haverá reunião no COPPAM (Rua Tenente Coronel Cardoso - após o campo do Goytacaz, às 10:00h), para debater o assunto, um ato sem qualquer cronologia, visto o ato da retirada da estátua já ter ocorrido. Entretanto, estaremos presente e, convocamos os interessados para que os registros históricos deste município não sejam alterados.








2 comentários:

  1. O problema é que os gafanhotos (devoradores) do serviço público municipal nunca são descobertos. Mas eles estão lá, na própria Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes. Sempre que vislumbram uma oportunidade de assalto ao patrimônio público ou que ainda não se tornou público, mas na iminência disto ocorrer, eles estão lá quais urubus na carniça. Por curiosidade, onde está a prataria que estava na casa histórica da Av. Sete de Setembro com a Rua dos Goytacazes e muitos outros bens históricos. Quem administrou a tomada daquele patrimônio e o seu inventário?
    Na casa e chácara onde vivia Ana Rosa de Castro e seus fiéis escudeiros, Ramiro e Francisco, desde a época do Sr. Manoel Cartucho, havia um patrimônio incalculável de móveis, utensílios, pinturas imensas em óleo sobre tela, relógio de pêndulo muito grande termômetros e barômetros riquíssimos nas paredes, pelo que me lembro. Até dos cachorros daquela casa eu tenho lembrança porque lá estive por muitas vezes com a minha mãe, muito amiga de dona Zinha, assim conhecida pelos mais íntimos. Não que minha mãe fosse rica como ela, muito pelo contrário; mas valorosa em amizade. Alguém é capaz de valorar a amizade recíproca? Onde foi parar tudo aquilo que a casa continha meu Deus? Onde estão os criminosos? Cadê o inventário? Quem assumiu primeiramente o imóvel? Os curadores da Santa Casa de Misericórdia ou seus representantes? A Prefeitura? Eu não morava mais em Campos quando Dona Zinha faleceu. Não sei como tudo ocorreu. Mas o povo deveria saber porque o patrimônio era uso-fruto de Dona Ana Rosa de Castro e deveria ser do povo após o seu falecimento para cumprimento de função social, notadamente na área da saúde, segundo me lembro das conversas que ouvia, embora muito novo. É o velho ranço de campista (apenas os maucaratistas) habituados a depredar e usurpar daquilo que não lhe pertence e apagar a mínima chance de sobrevivência do patrimônio histórico.
    Outra barbaridade diz respeito ao Conservatório de Música de Campos na Rua 13 de Maio, próximo ao supermercado Superbom. Os pianos valiosíssimos que estão lá apodreceram no tempo, cuidados tão carinhosamente pelo falecido Anoeli Maciel. A Prefeita tinha conhecimento da existência do Conservatório? Procurou os herdeiros do Anoeli para apoio e preservação do Conservatório? São inumeráveis as questões do patrimônio histórico em aberto, questões que os Campistas gostariam de ver esclarecidas. Tomado de profunda tristeza e indignação trato desses assuntos, porque necessários, nos aliviam e nos dão esperança de providências e de mudanças de hábitos dos gestores públicos.

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    1. Manoel Cartucho é meu tio avô e ele deixou testamento. Sua esposa era usufrutuária de seus bens até a sua morte. Quando ela faleceu foi dividido os seus bens, todos arrolados. Até os cachorros ele citou. Meu avô, minha bisavó, a filha adotiva deles, enfim, todos os empregados, sobrinhos, irmãos, afilhados, foram citados no inventário. Deixou dinheiro para um funcionário cuidar de seus cachorros até as suas morte e também para o padre celebrar missa para a sua alma e de seus pais. Tenho cópia do inventário dele e da dona Rosa.

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